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terça-feira, novembro 28

:: Veja só, que tolice nós dois ...

Choveria no molhado se falasse aqui sobre o quanto não concordo com a linha editorial de Veja. Quem me conhece sabe do meu desejo, junto com outros amigos jornalistas, de promover um movimento revolucionário que consiga quebrar de vez com a lógica de que Veja é o porta-voz oficial da classe média no Brasil.

Como não dei qualquer procuração para que nenhuma revista fale por mim, continuo com minha visão. Ainda que míope, a considero melhor do que a de Veja.

Sempre me impressionaram as capas da dita revista. Não precisa nem ler a tal para saber que o jornalismo promovido por ela está longe do ideal. É tendencioso, não tem jeito. Não que o jornalismo imparcial exista de fato. Quem não vê isso, que Veja.

Historicamente, as capas são uma sucessão de raivosas críticas ao que, simplesmente, vai de encontro com a lógica defendida pelos donos deste duvidoso veículo de comunicação. E a capa deste mês fez aguçar ainda mais minha vontade de falar mal da revista.

Acompanhe meu raciocínio. Depois que Veja fez de tudo para que a reeleição de Lula não se confirmasse, pouco sobrou para que os "porta-vozes" da classe média reverborrassem por aí. Toda sorte de capas-bomba-denúncia foram publicadas. Apuração dos fatos? Para quê? Como nada surtiu efeito, Veja optou para o que de melhor sabe fazer: voltou a explorar assuntos que tendem a ganhar repercussão imediata na sociedade brasileira.

Basta vermos que o fenômeno da solterisse depois dos 30 sempre foi assunto polêmico em qualquer roda de discussão de homens e mulheres. É fenômeno mundial. Veja então traz, em seu último número, uma reveladora pesquisa que mostra o comportamento da sociedade e explora o lado lúdico de quem ainda sonha com o encontro de almas gêmeas, ou a conquista do famigerado príncipe encantado.

Veja explora cruelmente o assunto que, certamente, deve incomodar muitas mulheres por aí. Tenta incutir a idéia de que as chances para que a mulher encontre o casamento ideal estão ficando cada vez mais escassas. Encaro o tema com todas as restrições do mundo.

A revista, que tem uma das maiores tiragens de venda do Brasil, usa de um dos artifícios mais baixos para se vender ainda mais. Qual a mulher que ainda não conquistou o relacionamento ideal (e olha que têm muitas por aí) não fica com aquela famosa pulga atrás da orelha querendo saber se a reportagem de capa não vai lhe trazer uma fórmula mágica para que ela saia do estado de solteirisse que tanto a incomoda?

Por mais que Veja profetize que as chances de mulheres acima dos 30 se casarem vão diminuindo minuto a minuto, ainda acho que isso não faz a menor diferença. Acredito que o amor não tem qualquer relação com hábitos sociais impositivos. Amor tem que ser fácil, tem que ser simples. Amor não se mede por estatísticas. Ele simplesmente acontece. E tem que ter respaldo no outro. Não acredito em táticas e jogos dissimilados, nem em insistentes tentativas. Amor tem que ser e pronto. E se não for do jeito simples, eu vou preferir engrossar as estatísticas de solteiras acima dos 30, 40, 50 que seja. Espero, inclusive, passar dos 90.

Não quero fórmulas prontas. Não quero que Veja me diga como devo ou não agir. Não quero correr para frente do casamento de alguém e me digladiar com outra solteira só porque dizem por aí que quem pega buquê se casa primeiro. Quero o amor fácil, simples e sem fronteiras.

E se não for assim, continuarei solteira. Solteira, graças a Deus.

1 Comments:

At 8:51 AM, Blogger Paulo Morais said...

Bela análise! Também quero análises e pensamentos maduros no meu blog!

 

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