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quarta-feira, novembro 22

:: A cavalo emprestado deve se olhar os dentes

Sempre desconfiei que Pipoqueiro não ia muito com a minha cara. No dia em que ele disparou comigo e foi parar debaixo de um pé de laranjeira (note que essa árvore tem espinho) minhas suspeitas se confirmaram.

Pipoqueiro era o cavalo do meu avô. Ele até montava outros cavalos, mas Pipoqueiro era seu preferido. E os dois formavam uma boa dupla.

Certa vez meu avô tentou nos aproximar. Talvez tenha desconfiado da antipatia de Pipoqueiro pela neta e quis interferir. Nem preciso dizer que a tentativa foi frustrada. Meu avô tentou umas quatro vezes, sem sucesso, me empurrar para cima do cavalo. Naquele dia, para não decepcioná-lo por completo, cheguei a montar Pipoqueiro por uns dois segundos. Mas logo decidi não arriscar, pois sentia que ele planejava disparar comigo de novo rumo sabe-se lá onde.

Foi aí que meu primo se atirou confiante na aventura. Montou Pipoqueiro com tanta segurança que pensei: - o problema é comigo mesmo. Mas depois vi que não. Pipoqueiro, talvez já frustrado por não ter conseguido disparar mais uma vez comigo, decidiu se vingar no meu primo. E disparou como nunca tinha visto antes. Avaliei que ele até foi bonzinho no episódio do pé de laranjeira (arranhões no meu pescoço a parte). Só trinta minutos depois fomos ver os dois de novo. Passei a entender que Pipoqueiro só gostava mesmo era do meu avô. E nem culpo ele por isso!

Aprendi com Pipoqueiro que ao contrário do cavalo dado, a cavalo emprestado deve, sim, se olhar os dentes.