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quarta-feira, outubro 11

:: As raposas e o Lula

Para entender um pouco melhor o que se passa com os principais personagens do atual cenário político decidi recorrer ao universo das fábulas. As fábulas são ótimas pois nos ajudam, por meio de histórias meigas e simples, a entender de coisas que as vezes estão na nossa cara e a gente simplesmente não consegue ver.

Muita gente por aí anda dizendo que o processo político é novelesco, que as pessoas que concorrem a cargos públicos assumem personas, etc e tal. Devo acrescentar que se for isso mesmo, a performance de Alckimin no último debate podia até render um Oscar, vai (de coadjuvante, na minha opinão, mas renderia). Enfim, seguindo o raciocínio novelesco que vem sendo disseminado pelos principais meios de comunicação brasileiros, comecei a ver que faz um certo sentido entender a lógica política por meio de fábulas. Vejamos o caso da corrida presidencial. Uma coisa que me irrita é ver a tentativa de certos partidos de transformar esse processo democrático em um verdadeiro ringue de vale tudo. E quem acaba apanhando nessa história? O povo!

Vendo e lendo sobre o primeiro debate dos candidatos a presidente nesse segundo turmo imediatamente me ocorreu a possível relação. Pensei: Gente. Esse negócio está parecendo a fábula da Raposa e das uvas. Para quem não conhece essa historinha super meiga, a fábula foi escrita por Esopo (dizem que ele viveu no século VI antes de Cristo, foi escravo na Grécia e especula-se até que ele era corcunda. Sério que eu li isso em uma pesquisa que fiz sobre ele).

Em resumo é assim: Uma raposa morta de fome, viu algumas uvas maduras penduradas em uma viçosa videira. A raposa então usa de todos os artifícios para tentar alcançar as uvas, mas não consegue. Vendo o insucesso de sua empreitada ela parte para a apelação e se limita a criticar as super uvas dizendo que elas eram estragadas e impróprias para o consumo. O que Esopo queria nos ensinar com isso são os riscos que corremos quando assumimos uma postura de vaidade extrema. Isso dificulta o reconhecimento de nossas próprias limitações. Ou seja, desprezar o que não se consegue conquistar é fácil.

Voltando à lógica política eu vejo com clareza quem está fazendo o papel de raposa nessa história. E você? Aliás, são várias as raposas, todas apontado para a uva (ops, Lula) e dizendo que ele não presta, não serve para governar o Brasil, está impróprio para consumo. Mas acho que as raposas estão só cometendo o mesmo erro do qual Esopo quer nos alertar. Essas raposas estão sendo vaidosas demais para entender que o que está em jogo é maior do que a sede delas em alcançar o lugar ocupado pela uva.

Como nunca foi oposição em uma disputa presidencial, acho que o PSDB está errando a mão no quesito críticas e deixando de mostrar para o povo porque devemos acreditar que eles voltarão a governar melhor o Brasil com sua equipe. Particularmente, tenho certeza absoluta de que eles não estão preparados para fazer isso. Para quem ainda duvida sugiro buscar dados e números que comprovam o que estou falando. O que não falta é informação por aí! Dessa forma, digo, com segurança, que não é o Lula que está estragado e sim as raposas é que não estão conseguindo alcançar o que o governo dele alcançou. E olha que se deixar, e precisa, avança mais. Se o avanço precisa ser mais rápido ou não, podemos discutir depois. Quem sabe a fábula da Lebre e da tartaruga não nos ajude a refletir sobre isso também? Ah...Essas fábulas!!!