:: E se fosse você?

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sexta-feira, outubro 6

:: Do lodo ao caos

Quem nunca levou um tombo em público não sabe o que é se sentir vulnerável! 95% dos meus acontecem ao ar livre e SEMPRE contam com a simpática presença de milhares de pessoas por perto.

Um dos meus piores tombos aconteceu na pré-adolescência. E esse é um período super delicado. É justamente quando a gente tenta se afirmar para a sociedade como indivíduo maduro e seguro de si. Aos 12 anos todo mundo está cheio de dúvidas e inseguranças mas sai pelas ruas como se fosse o último baluarte da maturidade. E foi assim, do alto da minha profunda experiência de vida que saí para acompanhar uma prima ao dentista.

Estávamos no interior do interior de Minas. A cidade da minha avó. Sempre me diverti lá. Exceto por esse dia. rs. Tinha acabado de chover no local. Saí com uma calça amarelo ovo de moletom. Sinceramente não sei aonde estava com a cabeça quando saí com aquela calça. Mas antes com ela que sem nada, né? Vamos olhar o lado positivo da questão. No caminho, quase chegando ao dentista, tivemos que passar por uma rua onde o passeio era bem estreito e era dominado por árvores. Era tanta árvore que seria necessário usar um facão para fazer picadas e abrir caminho. Uma selva densa. E eu, com meus 12 anos, super madura, decidi usar o passeio como único meio viável de passagem.

Ignorando as ruas desertas da cidade pacata ainda tive tempo de negligenciar os chamados da minha prima para abandonar o passeio. Passei pela mata que ... estava cheia de lodo! Caí entre o tronco da árvore e a parede da casa ao lado do dentista. Estava tão perto. Nessa hora, nesse exato momento, a rua deserta ficou cheia de adolescentes ciclistas que me viram estatelada no chão. A dona da casa saiu na janela para ver o que estava acontecendo. O rebuliço já estava formado.

Tentei uma, duas, três vezes e aquele lodo idiota ficava me impedindo de levantar. Lodo que é verde, por sinal. Lembra que minha calça era amarelo ovo??? Pois é! Me lembro bem da moça na janela gritando: - Vai, você vai conseguir! Enquanto eu continuava me debatendo naquele espaço infeliz e apertado me agarrando ao tronco da árvore como se fosse o último refúgio do Samurai! Foi horrível.

Quando finalmente conseguiram me tirar daquela situação (detalhe para o fato de que os adolescentes ciclistas voltavam a toda hora ao local para ver se o espetáculo ainda continuava) lá estava eu de calça amarelo ovo com enormes feixes verdes de lodo circundando toda a região glútea!!!!

Trauma! Lógico. Afinal eu tinha que ir ao dentista com minha prima naquele estado e voltar para a casa da minha avó a pé. O episódio foi um dos piores pesadelos pré-adolescentes da história. Só me lembro da frustrada tentativa de fingir naturalidade na volta para a casa ... reforçando ... A PÉ.

Usando da prerrogativa do figurino verde-amarelo desci as ruas da cidade cantando baixinho: Brasil! Brasil! Brasil! Se isso tivesse acontecido durante a Copa do Mundo talvez não tivesse sido tão ridículo, mas era Natal e tudo o que eu queria era o saco do Papai Noel para enfiar na cabeça. Rou, rou, rou!