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sexta-feira, outubro 6

:: O aterrorizante mundo animal

Tenho uma relação delicada com os animais. Gosto deles, não resta dúvida. A maioria em seu habitat natural. Tenho restrições e limites. E eles parecem saber disso porque estão sempre me pregando peças. E assim vou me tornando o alvo predileto de alguns seres impregnantes. Já fui vítima de sapos, morcegos e sim já sofri o impressionante ataque de um cão voador. Mentira? Relatarei todos os fatos. Para que não fiquem dúvidas.

Domingo. Mãe, primas e eu. Todas reunidas em um aconchegante quarto na inocente casa da minha avó. Cenário mais que meigo. Conversa vai, conversa vem no interior de Minas. E no interior do quarto, jurava que estava ouvindo um insistente coachar, muito próximo. Alertei minhas colegas de quarto. Nenhuma, eu disse, nenhuma deu importância ao fato. Diante da indiferença, permaneci calada e neurótica, recolhida em meu leito, tentando acreditar que aquilo era só coisa da minha cabeça mesmo. Não era. Na verdade, estava na cabeça, mas não dentro. Depois do boa noite (só se foi pros outros) virei para o lado. Não desmaei porque só tive tempo mesmo de pular da cama para a mesa da sala da minha avó. Isso é longe. Eu teria ganhado na modalidade de salto olímpico. Tudo porque o sapo, obra da minha imaginação fantasiosa, estava simplesmente no meu travesseiro!!!!!!!!!! Vc tem noção????? Tem a mais pálida noção do que é ver um sapo a 2 cm do seu rosto? Quem inventou esse negócio de beijar sapo para virar príncipe não sabe o que é ter um sapo por perto. Se eu precisar fazer isso para encontrar meu príncipe, morrerei solteira e FELIZ!!! É sério!

Acha que é só. Isso porque não contei a do morcego. Noite bonita em Dunas de Itaúnas. Paraíso ecológico. Lugar perfeito. Se tivesse que ter uma casa de praia seria lá. Mas não seria a casa em que eu e minhas amigas ficamos hospedadas naquela temporada. Lembro de muito pouco do episódio. Foi tudo rápido mas suficientemente dramático. Fui estender uma simples toalha no quintal da residência. Estava escuro e eu tinha a sensação de que precisava ser rápida com aquilo. Queria sair logo dali. Mas o morcego foi mais veloz. Lembro de barulho e de uma pressão como se alguma pedra tivesse me atingido. Olhei para baixo. Na lapela da minha jaqueta uma coisa que parecia um broche preto me chamou a anteção. Como não usava broche naquele dia, levei a mão até o corpo estranho que para meu desespero, tinha vida. O broche preto abriu as asas. O primo do Batman ainda teve tempo de olhar para mim. Eu sei que eles meio que não enxergam. Mas ele me olhou nos olhos. Ameaçador. Óbvio que eu gritei. E todo mundo da casa veio correndo ver o que era. Eu fiquei em estado de choque. Juro! Foi horrível! Foi dramático! Foi, foi, foi! Aaaaaaaahhhhhhhh! Não gosto nem de lembrar. Tive que tomar água com açúcar e o escambal para me recuperar daquele momento que só não foi pior do que o ataque do cão voador.

12 de setembro de 2001. Um dia depois dos atentados às Torres Gêmeas. Na outra América, essa do Sul, estava eu comentando, como o resto do mundo, sobre os atentados na cantina lotada da faculdade. Repare no lotada. Porque quando eu falo lotada é lotada mesmo. Eu e uma amiga, testemunha deste fatídico episódio, decidimos retornar para a sala, deixando para trás a multidão de alunos e os comentários sobre o terrorismo e suas novas facetas. Há uns cinco passos dali, mal sabia eu que seria vítima de um cachorro voador kamikase. Não é que do alto de sei lá de onde, sofri um ataque. A princípio achei que alguém tinha me jogado uma mochila. Porque a última coisa que eu ia pensar era que um cachorro tinha caído do segundo andar do prédio de Comunicação em cima de mim. Mas foi isso. A suposta mochila emitiu um som tipo "caim". E quando eu olho para o lado o tal cachorro meio que resmungando e indo embora mancando. Teria eu frustrado seus planos de suicídio??? Mas isso nem foi o pior. O pior foi contar o episódio para as pessoas e todas ficarem mais preocupadas com estado de saúde do cachorro do que com o meu!!!!!!!!!! Mas como eu sobrevivi para contar a história, acho que as pessoas pré-consideraram que eu estava bem.

Tenho ou não problema com o mundo animal? Isso porque eu nem mencionei outras histórias. Teve uma vez que eu mobilizei o seu Paulo, meu vizinho de quase 90 anos, para matar uma bruxa que encontrei no meu quarda-roupa. Juro. A bruxa parecia um casaco novo, de tão grande que era. Seu Paulo foi heróico. Tentou afugentar a bruxa. Mas ela com seu aguçado extinto de sobrevivência foi se esconder atrás do meu armário. Naquele dia, a porta do quarto ficou trancada, até meu pai ir lá e tirar a dita cuja. Não deixei ele matar. Os bichos me assustam, mas ainda prefiro eles vivos.